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segunda-feira, 29 de outubro de 2012

SUS oferece teste rápido para diagnosticar a tuberculose

Da Agência Brasil



Brasília - O Sistema Único de Saúde (SUS) irá oferecer, até o segundo semestre de 2013, um teste rápido para diagnosticar a tuberculose. O GeneXpert, além de detectar a doença em duas horas, também identifica a resistência ou não ao antibiótico usado no tratamento da tuberculose (rifampicina), o que facilita a prescrição também mais ágil e correta do tratamento da doença.

Segundo o Ministério da Saúde, a análise é automatizada, sem a necessidade de manuseio das amostras pelo profissional de saúde. Isto diminui o risco de contaminação. Desde fevereiro, 13.307 testes experimentais já foram realizados em Manaus (AM) e no Rio de Janeiro (RJ). Dos exames feitos,14,2% deram positivos.

No teste tradicional (a baciloscopia do escarro), o resultado sai em 24 horas. No entanto, são necessários 60 dias para realizar o cultivo da microbactéria e mais 42 dias para se obter o diagnóstico de especificidade e sensibilidade à rifampicina, que não ultrapassam 60% a 70% de precisão. Com o novo método, os índices de sensibilidade são de 92,5% e o de especificidade chegam a 99%.

De acordo com o coordenador adjunto do Programa Nacional de Controle da Tuberculose, Fábio Moherdaui, o teste rápido além de aumentar os percentuais de detecção segura da doença para o tratamento precoce, trará maior agilidade no diagnóstico da chamada “tuberculose resistente” e, consequentemente, permitirá uma redução da morbidade e mortalidade. "A agilidade na descoberta da doença vai evitar com que ela seja transmitida nas populações com maior vulnerabilidade social", afirma.

A tuberculose é uma doença que deve ser tratada corretamente. Em média, com seis meses a pessoa já está curada. Entretanto, antes deste período, cerca de 9% dos contaminados desistem do tratamento devido à melhora aparente na tosse e febre. O abandono do tratamento é chamado de indução da resistência - bactérias que sobrevivem ao antibiótico, ficam mais resistentes, se multiplicam e são transmitidas. Com isso, a possibilidade de tratamento diminui, podendo até levar à morte do indivíduo.

"No Brasil, a transmissão da doença é muito baixa, apenas 1%, mesmo assim devido à falta de conhecimento. A tuberculose é uma questão social muito importante, que atinge principalmente regiões com maior vulnerabilidade social. Porém, se a população recebesse mais informações de profissionais da saúde, este número seria nulo", explica Moherdaui.

Dados do Ministério da Saúde indicam que, no ano passado, foram registrados 71.337 casos de tuberculose. A incidência da doença estava em torno de 37,1 novos casos a cada 100 mil habitantes, abaixo dos números de dez anos antes, quando a proporção estava em 42,8 por 100 mil habitantes. Nesse período, a quantidade aproximada de óbitos pela doença foi 4,6 mil.

O estudo sobre a viabilidade do uso do teste foi financiado pela Fundação Bill & Melinda Gates, com investimento de 1,8 milhão de dólares. Depois de Manaus e do Rio de Janeiro, o projeto seguirá para as cidades que apresentam maior incidência da doença, como Recife e Porto Alegre. Ao longo do ano de 2013, o teste será implantado em todas as capitais e em cerca de 40 municípios.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Inca lança game para conscientizar jovens sobre os malefícios do consumo de tabaco

Da Agência Brasil

Rio de Janeiro – Um game é o mais novo instrumento do Instituto Nacional do Câncer (Inca) para conscientizar os jovens sobre os malefícios do consumo de tabaco. O jogo Agentes da Saúde por um Mundo sem Tabaco, lançado hoje (18) pelo Inca, é ambientado na cidade e no campo e objetiva principalmente a faixa etária entre 10 e 14 anos.

Em nota, o órgão informou que o game aborda a fumicultura e os malefícios que a atividade acarreta ao meio ambiente e aos agricultores, enfatizando as doenças ocasionadas aos fumantes. Além disso, destaca a venda de cigarros com aromas e sabores em locais destinados ao público jovem.

O jogo é dividido em diversas fases. Os jogadores podem acompanhar a cadeia produtiva do tabaco, desde a plantação até a venda. Na primeira parte, são apresentadas as fases de produção no campo, com a participação dos agricultores. São abordadas as doenças causadas a esses trabalhadores e suas famílias devido ao cultivo do produto, apontando outras culturas que não prejudiquem a natureza e a população. Nas etapas seguintes, o jogador chega à cidade, onde poderá ajudar na distribuição de cartazes da campanha de prevenção do Inca pelas ruas.

O game foi desenvolvido em HTML 5,e é financiado pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). Ele ficará hospedado no site do Inca ( www.inca.gov.br ) para todas as plataformas de acesso à internet.

O lançamento do jogo ocorreu no Museu da Vida, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), que vai até domingo (21) em todo o país.

Durante a SNCT, o Inca, em parceria com a Fiocruz, abriu à visitação a mostra O Controle do Tabaco no Brasil: Uma Trajetória. A exposição apresenta 22 painéis fotográficos que retratam os esforços da saúde pública para combater o tabagismo, além das estratégias usadas pela indústria do tabaco para seduzir fumantes ao longo de décadas.

De acordo com o Inca, em 2011 o país gastou R$ 21 bilhões no tratamento de pacientes com doenças relacionadas ao consumo de cigarros. O valor foi 3,5 vezes maior que o imposto arrecadado pela Receita Federal com produtos derivados do tabaco, e corresponde a 30% de todo o orçamento do Sistema Único de Saúde (SUS).

O instituto informou ainda que nos últimos dez anos, o tabaco matou 50 milhões de pessoas em todo o mundo. O consumo do cigarro é responsável por mais de 15% das mortes de homens adultos, e 7% das mortes de mulheres. No Brasil, um em cada cinco homens e uma em cada dez mulheres morrem por causa do tabagismo.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Movimento Outubro Rosa mobiliza municípios na luta contra o câncer

O Movimento Outubro Rosa Ceará 2012 reúne nesta terça-feira, 9, gestores municipais para entrega de certificados e para o fortalecimento da luta e ações contra o câncer de mama. O encontro ocorrerá das 9 às 12 horas, no hotel Mareiro, Avenida Beira-Mar, 2380. Após a abertura e a exibição de um vídeo sobre a edição 2011 do Movimento Outubro Rosa no Estado, a coordenadora geral do Movimento Outubro Rosa Ceará, Valéria Escolástico Mendonça, fará a primeira apresentação com o tema “Conquistas na Saúde X Movimentos Sociais – performance do Ceará”. Com apoio da Secretaria da Saúde do Estado, o Movimento entregará certificados aos municípios participantes da edição 2011. Ao secretário da saúde do Estado, Arruda Bastos, o Movimento entregará o Mapa de Compromisso, com os municípios que participam ativamente da luta contra o câncer.

Durante todo este mês de outubro vários países estão com monumentos e prédios iluminados com a cor rosa mobilizando para a prevenção do câncer e o diagnóstico precoce da doença. Em Fortaleza, quem passa à noite pela Catedral da Sé e pelo aeroporto internacional Pinto Martins é atraído pela iluminação rosa. A fachada do Instituto de Prevenção do Câncer do Ceará (IPC), unidade da Sesa, também está decorada nos tons rosa. Somente no mês de agosto, o IPC realizou 589 mamografias, 167 ultrassons de mama, 759 atendimentos com mastologistas e 61 punções e cirurgias.

O câncer é a segunda doença que mais mata no Ceará. Fica atrás apenas do AVC. No sexo feminino, o câncer que provoca mais mortes entre as mulheres é o de mama, seguido de pulmão, estômago e colo de útero. Em 2010 morreram no Ceará 492 mulheres em consequência do câncer de mama, 99 delas na faixa etária de 40 a 49 anos, 108 entre 50 e 59 anos e 93 de 60 a 69 anos. A taxa de mortalidade por câncer de mama em 2010 ficou em 11,36 por 100 mil habitantes.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

No Dia do Idoso, especialistas cobram políticas públicas

Flávia Villela

Repórter da Agência Brasil


Rio de Janeiro – O marceneiro e artista plástico Lair Moreira, 75 anos, não sabia que hoje (1º) é celebrado o Dia Internacional do Idoso. Mas segundo ele há poucos motivos para comemorar. “Hoje está mais fácil de se viver, tem mais conforto, televisão, computador. Mas acho que o ser humano foi mal programado. Você nasce, trabalha, depois fica velho, dependendo dos outros, incapaz, cheio de doença. Devíamos ser como a lâmpada: apagou, morreu.”

A costureira Maria Ferreira de Souza, 61 anos, é mais otimista e acredita que o segredo para uma boa velhice é estar sempre ativa e produzindo. “Trabalho desde meus 8 anos de idade, na roça. Quero trabalhar até quando puder. Não me entrego não, sou igual a minha mãe: está com 87 anos e ainda mexe com seus fuxicos e não fica parada. Faço escalada, subi no Cristo [Cristo Redentor].”

Lair e Maria vivem no Rio de Janeiro, a capital do país com a maior proporção de idosos (cerca de 15% da população têm mais de 60 anos). No Brasil, a média é 12% da população com mais de 60 anos. No total, são 23,5 milhões de idosos no país.

Pesquisas comprovam ano a ano a tendência de envelhecimento da população - resultado da melhoria na qualidade de vida, queda na taxa de natalidade, acesso à assistência médica e a remédios, alimentação e prática de atividade física. De acordo com dados da Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio (Pnad), divulgados no mês passado, o número de idosos no país mais que duplicou desde 1991, quando essa faixa etária contabilizava 10,7 milhões de pessoas acima dos 60 anos.

A aposentada Akemi Oura, 61 anos, cobra acessibilidade nas ruas da cidade e equipamentos sociais para os mais velhos. “Quando quero me exercitar nesses equipamentos que a prefeitura fez, tenho que ir para a zona sul, pois aqui onde moro não há.”

Para a geriatra Ana Lúcia de Sousa Vilela, faltam políticas públicas eficazes para os idosos, que são comuns em países desenvolvidos, onde representam quase maioria da população. “O país do futuro envelheceu. O Brasil tem hoje mais idosos que crianças, embora as políticas para as crianças, gestantes, sempre foram maiores. Mas não temos serviços preparados para os idosos e faltam profissionais de saúde para atender o idoso.”

A médica ressaltou o preconceito contra os idosos, considerados por muitos indivíduos inúteis, “como se estivessem aposentados não só do trabalho, mas também do convívio social. O idoso está conquistando seu espaço e está mudando o modo de pensar”, comentou, ao citar o Estatuto do Idoso (criado em 2003), como avanço na legislação.

Na opinião do geriatra Salo Buksman, o estatuto não tem sido posto em prática. “O estatuto é completo e bonito, mas não funciona, pois não há mecanismos para garantir que ele funcione. Como o estatuto vai assegurar, por exemplo, o atendimento, a reabilitação, o atendimento geriátrico e gerontológico em ambulatórios, unidades geriátricas de referência, sem profissionais suficientes? A Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia tem no máximo 1,5 mil sócios no país inteiro.”

Buksman concorda que os idosos estão mais ativos e participativos na esfera social e ganhando respeito da sociedade. “Temos agora um cidadão idoso que procura trabalhar, procurar ser útil na administração do seu prédio, veste-se com roupas da moda, com um comportamento bem diferente do idoso de antigamente. A auto-estima e a valorização do idoso têm melhorado.”