Páginas noticias da Saúde

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Vacinação contra a gripe é prorrogada até 5 de junho

Com cinco municípios com meta de cobertura cumprida até a manhã desta sexta-feira, 22 de maio (Guaramiranga, Palmácia, Frecheirinha, Itatira e Uruoca), a Coordenação de Imunização da Secretaria da Saúde do Estado prorrogou a campanha de vacinação contra a gripe até o dia 5 de junho. O Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações, atualizado a cada meia hora, registrava no início da manhã de sexta-feira cobertura de 36,75% de cobertura vacinal em todo o Estado, com 647.843 doses aplicadas. A cobertura estava em 38,45% das crianças de 6 meses a menos de 5 anos, 29,43% dos trabalhadores de saúde, 39,35% das gestantes, 44,42% das mulheres com até 45 dias pós-parto, 36,06% da população indígena e 36,42% dos idosos a partir dos 60 anos. Devem também se vacinar pessoas com doenças crônicas, população privada de liberdade e funcionários do sistema prisional.

No Ceará, a meta da campanha é imunizar no mínimo 80% da população-alvo de 1.762.872 pessoas em todo o Estado. Em todo o Brasil a cobertura está em 47,64% da população-alvo e, no Nordeste, em 41,70%. Nos últimos cinco anos, o Ceará cumpriu as metas de vacinação, com coberturas que variaram de 82,51% a 89,72%. No ano passado a cobertura atingiu 84,27% da população dos grupos prioritários. Durante a campanha são oferecidas as vacinas Influenza Trivalente, que protege contra Influenza A (H1N1), Influenza A (H3N2) e Influenza B (sazonal), pneumococo 23 valente para proteger pessoas institucionalizadas e acamadas contra doenças invasivas, e Hepatite B, para intensificação na faixa etária até 49 anos.

A influenza é uma infecção viral aguda que afeta o sistema respiratório. É de elevada transmissibilidade e distribuição global, com tendência a se disseminar facilmente em epidemias sazonais. A transmissão ocorre por meio de secreções das vias respiratórias da pessoa contaminada ao falar, tossir, espirrar ou pelas mãos, que após contato com superfícies recém‐contaminadas por secreções respiratórias pode levar o agente infeccioso direto a boca, olhos e nariz. A gripe comum, como é conhecida, pode levar a complicações graves e ao óbito, especialmente nos grupos de alto risco para as complicações da infecção.

Assessoria de Comunicação da Sesa


Lacen realiza dias 28 e 29 mutirões de exames de DNA

O Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) é a unidade da Secretaria da Saúde responsável pela realização de exames de DNA para confirmação de paternidade na rede pública no Estado. Durante todo o ano, a equipe do laboratório realiza mutirões na capital e interior. O próximo mutirão já está agendado. Ocorrerá em Sobral, nesta quinta-feira, 28 de maio, com atendimento das 8h às 17h, e na sexta-feira, 29, das 8 às 12 horas, no Laboratório Municipal de Sobral, na Avenida José Euclides Ferreira Gomes, 825.

Os pedidos de coletas para testes de paternidade são encaminhadas ao Lacen pela Defensoria Pública do Estado, e ainda pelos Núcleos de Mediação e de Justiça Comunitária e os Conselhos Tutelares. As coletas também são feitas no interior do Estado, no Lacen de Crato, Icó, Juazeiro do Norte, Senador Pompeu e Tauá.

Desde janeiro de 2009, quando o serviço teve início no Lacen, até abril deste ano foram feitos 19.794 testes de DNA, sem nenhum custo para as famílias. Antes do Lacen realizar e assumir os testes, a fila de espera era longa. Havia famílias esperando há cinco anos. A fila se formava porque a procura era superior aos 50 exames feitos, por mês, através de convênio que a Sesa tinha com a Universidade Federal do Ceará. Hoje não há fila de espera. O Lacen faz 350 exames ao mês, em média. Após a coleta do material, o exame é entregue em aproximadamente um mês.

Assessoria de Imprensa - Lacen / CIDH / IPC


segunda-feira, 18 de maio de 2015

Direito à agua é tema de Jornada Nacional do Meio Ambiente


A água como direito humano foi o foco principal do segundo dia de discussões da Jornada Nacional do Meio Ambiente, realizada em Fortaleza (CE), na quinta-feira (14/5).  O evento teve como principal conferencista o relator especial sobre o direito humano à água potável e esgotamento sanitário do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), Léo Heller, que também é especialista da Fiocruz Minas.
Léo Heller diz que governo deve garantir o cumprimento progressivo do direito à água e a sustentabilidade do acesso (Foto: Diego Camelo)
Heller, que apresentou a conferência Direito humano à agua e ao esgotamento sanitário, observou que o Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab), aprovado em dezembro de 2013, revela que cerca de 40% da população brasileira − 77 milhões de habitantes – não têm acesso adequado à água e que 60% − 114 milhões de pessoas − não dispõem de solução adequada para seu esgotamento sanitário.
– O direito humano à água obedece a cinco princípios. Direito à disponibilidade, qualidade, que seja fornecida com acessibilidade financeira (ou seja, não pode ser negado o fornecimento de água caso o indivíduo não possa arcar com os custos), acessibilidade física e aceitabilidade. E cabe ao governo prestar contas à sociedade e garantir o cumprimento progressivo do direito à água e a sustentabilidade do acesso. Não basta dar acesso. Esse acesso tem que se sustentar ao longo do tempo.
As regiões brasileiras menos favorecidas, apontou o relator, são Norte e Nordeste, onde a população, principalmente a mais pobre, sofre com a carência de estrutura institucional e com a falta de acesso adequado. Além disso, assinalou, as coberturas são mais baixas nas zonas rurais se comparado às zonas urbanas e muito inferiores nas vilas e favelas. Segundo Heller, isso acontece porque as políticas de saneamento têm sido muito oscilantes. Para resolver essas questões, destacou ele, é preciso ter políticas fortes, estruturadas, consistentes e de longo prazo.
– Atualmente, observamos uma recuperação. Houve um crescimento por volta de 2005/2006 por conta dos Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 1 e PAC 2).  Outra iniciativa positiva foi o lançamento, no final de 2013, do Plano Nacional de Saneamento. Agora, o grande esforço do Brasil será implantar esse plano.
Em relação ao problema do acesso de água no Nordeste, Heller afirmou que vários aspectos contribuem para esse quadro. Entre eles, citou a insuficiência dos esforços governamentais, a alta densidade populacional – é a segunda região do Brasil em população – e as diversas realidades na região.
– Cada realidade exige um olhar próprio. Para melhorar as condições de saneamento é preciso ter prestadores de serviço qualificados e fortes. Por outro lado, a política tem olhado muito para o prestador de serviço. Ao se olhar pela perspectiva do direito humano, a gente passa a olhar para o direito do cidadão.
O relator da ONU ressaltou ainda que o grande problema não é necessariamente a falta de água. Ele garantiu que atualmente existe tecnologia para atender a população que vive em áreas com maior escassez hídrica.
– Quando há gestores empenhados e políticas públicas é possível resolver essas questões. Um grande dilema é que a repartição da água nos mananciais nem sempre prioriza o consumo humano. Muitas vezes prioriza a agricultura, a mineração, a pecuária e outras atividades econômicas. Pouca água nos mananciais não pode ser sinônimo de escassez.
 Em geral, de acordo com Heller, algumas parcelas da população são mais vulneráveis e discriminadas. Em sua visão, o modelo de acesso à água e ao esgotamento sanitário em geral é perverso.
– São os menos favorecidos, a população brasileira mais pobre,  que não têm acesso. É preciso ter o forte compromisso de diminuir as diferenças entre situações mais e menos favoráveis. O marco mais importante no governo federal é o Plano Nacional de Saneamento Básico. É um bom sinal, já que temos um conceito de como será o saneamento do futuro no Brasil. Mas é preciso ficar atento, porque a atual crise econômica pode colocar em risco a implementação do Plano.
A meta do milênio estabelecida pela ONU é atingir até 2030 acesso universal e equitativo da água para todos, de forma segura e acessível financeiramente.
– É preciso pensar nas estatísticas a partir das desigualdades.  Identificar diferentes grupos para comparar as diferenças de acesso entre eles.
Trabalhadores Rurais do Apodi
No encontro, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais do Apodi (RN), Francisco Edilson Neto, deu um depoimento, que emocionou a plateia, sobre os problemas enfrentados pela população do município. De acordo com ele, 22 comunidades da região não tem água para consumo e um decreto do governo federal vai desapropriar mais de 13 mil hectares de terra, a serem destinados à agricultura irrigada.
– Não é esse o direito que estamos sentindo. O direito a terra e à água nos está sendo negado. Água e terra não são negócios. São vida. Vamos lutar até o fim. Não queremos enriquecer. Não queremos água para o agronegócio. Queremos viver. Queremos que nossos filhos e netos tenham esses mesmos direitos.

Fiocruz

Fiocruz testa novo medicamento preventivo contra HIV/Aids


O Laboratório de Pesquisa Clínica em DST e AIDS, do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), conduzirá o estudo clínico HPTN077 com um medicamento totalmente novo para prevenção da AIDS. A droga, conhecida como GSK1265744, já mostrou resultados positivos em testes conduzidos para tratamento da AIDS, e agora terá seu potencial testado como parte da estratégia de prevenção da infecção pelo HIV. A pesquisa será realizada simultaneamente na África do Sul, no Brasil, nos EUA e no Malawi. 
Seleção de voluntários
Os candidatos a participar da pesquisa serão selecionados na Fundação Oswaldo Cruz. “Este critério tem como objetivo potencializar a adesão, facilitar a administração do medicamento e o acompanhamento clínico”, explica Beatriz Grinsztejn, coordenadora do Laboratório e pesquisadora líder do estudo. A proposta do projeto é avaliar a segurança, tolerância, aceitabilidade e sua farmacocinética (descrevendo o processamento da droga no corpo humano, identificando o caminho percorrido no organismo da administração à excreção).
Depois de passar por uma avaliação completa do estado de saúde, serão selecionados 20 voluntários entre os candidatos inscritos, homens e mulheres, de 18 a 65 anos, não infectados e com baixo risco de contrair o HIV. O remédio, que já provou ser seguro em testes anteriores, é injetável, será aplicado a cada três meses e o acompanhamento dos voluntários terá uma duração total de dois anos.
Estado da arte das estratégias de prevenção
Atualmente, estudos como o de Profilaxia Pré-exposição ao HIV (PrEP) já demonstraram que é possível obter 100% de proteção contra a infecção ao longo do tempo, mas para tal é necessária a ingestão diária de um antirretroviral. “Costumamos fazer uma analogia com os anticoncepcionais. Existem alternativas das mais diversas, desde o comprimido diário, até o DIU, passando por injeções trimestrais, a camisinha, enfim. Queremos que exista essa mesma diversidade nas estratégias de prevenção do HIV/AIDS. Assim cada pessoa escolherá o que melhor se adapta à rotina dela”, pondera Beatriz.
A Rede de Testes de Prevenção do HIV (The HIV Prevention Trials Network – HTPN), é uma organização colaborativa mundial que realiza estudos clínicos da segurança e eficácia de estratégias de prevenção do HIV financiada pelo governo americano. “O Brasil participa de pesquisas de ponta no tratamento e prevenção da AIDS da HPTN, mas sempre em fases mais adiantadas. Neste caso, que envolve um estudo em seus primeiros estágios, estamos no momento privilegiado, do estado da arte em que se gera mais conhecimento, se faz ciência. Lutamos que estudos assim sejam feitos com a população brasileira, pois assim teremos resultados que respondam à nossa diversidade genética, à nossa realidade. Desta forma teremos um conhecimento melhor do manuseio do produto, reações adversas, etc., e podemos conduzir melhor as fases posteriores da investigação", conclui a pesquisadora.