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terça-feira, 23 de junho de 2015

Especialista alerta para riscos da bolsa térmica durante a amamentação



Embora seja muito recomendado, o uso de bolsas térmicas no seio da lactante não é aconselhado por especialistas. Isto porque o uso da bolsa térmica quente ou fria podem provocar queimaduras.
“Aqui no Banco de Leite Humano (BLH) não indicamos o uso da compressa, somente em alguns casos, se a paciente chega com nódulos no seio, recomendamos que ela faça massagem, e a retirada do leite. Compressa somente a fria e para as mães portadoras de HIV ou as que por alguma razão não vão amamentar, nestes casos indicamos a compressa fria para inibir a lactação. Já a compressa morna, não indicamos em nenhuma situação”, explicou Nina Savoldi, enfermeira do Banco de Leite Humano do Instituto Nacional da Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz).
A seguir a especialista responde às principais dúvidas das mamães sobre o uso de bolsas térmicas.
Qual a diferença entre a bolsa térmica morna e a fria?
Nina Savoldi: A fria inibe a produção do leite através da vasoconstrução. A morna causa uma vaso dilatação, podendo aumentar a produção. No entanto, essas compressas podem causar efeito contrário, por isso preferimos a massagem, pois ela ajuda a dissolver os nódulos, sem precisar fazer compressa quente.
Quais são os riscos para a lactante?
O grande problema da compressa quente é que algumas mães, que estão com mastite e usam a este tipo de bolsa térmica começam a ter queimaduras. “Nosso conselho para as mães que estão amamentando e estão com o leite empedrado, é só fazer massagem e tirar o leite, colocar o bebê mais vezes para amamentar em livre demanda, notar se ele está pegando na auréola da forma coreta”, explicou Nina Savoldi. A compressa quente aumenta a produção de leite, por este motivo as mães que estão com leite empedrando por conta da grande produção de leite não devem usar este tipo de compressa.
Qual seria a melhor alternativa ao uso de bolsas térmicas?
A especialista aconselha somente o uso de massagens para auxiliar as mamães que estão tendo problemas com a grande quantidade de produção de leite, assim como, a ordenha e a amamentação em livre demanda do bebê. “Aconselhamos às mamães prestarem atenção nos sinais de fome do bebê, por exemplo, o gemido, ou o lamber da mãozinha, e antes dele começar a chorar, já colocá-lo no peito”, esclareceu ela. Já a bolsa térmica fria é aconselhada apenas para inibição do leite, para mães que não podem amamentar seus bebês.
Em caso de outras dúvidas, procure o Banco de Leite Humano do IFF, de segunda a sexta-feira, das 8h às 15h, na Av. Rui Barbosa, 716 – Flamengo, ou entre em contato com o SOS Amamentação, pelo telefone 08000 26 8877.

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Encontro estadual quer ampliar uso da caderneta de saúde do adolescente


A saúde dos adolescentes e das adolescentes estará no centro das discussões entre gestores e profissionais das equipes de saúde da família dos 184 municípios nos dias 29 e 20 deste mês de junho, no auditório da Escola de Saúde Pública do Ceará, na Avenida Antônio Justa, 3161, Meireles, em Fortaleza. Nesses dois dias a Secretaria da Saúde do Estado realizará o Encontro Estadual Fortalecendo Direitos de Adolescentes: “a Caderneta na Agenda Proteger e Cuidar”. Um dos principais objetivos é a expansão da oferta e uso da caderneta de saúde do adolescente, elaborada pelo Ministério da Saúde e distribuída entre todos os estados e municípios  para servir de apoio num tempo da vida rico em descobertas e mudanças. A adolescência, como está definido no Estatuto da Criança e Adolescente, é o tempo da vida entre 10 e 19 anos de idade.  

A Caderneta de Saúde do Adolescente e a Caderneta de Saúde da Adolescente são documentos úteis, que além de dados pessoais, trazem dicas de como evitar doenças, destacando que “para curtir a vida e desenvolver todas as capacidades, é preciso ter muita saúde” e que “aprender a cuidar do próprio bem-estar físico, emocional, psicológico, espiritual e social é um dos desafios mais importantes para uma vida saudável”.  Nas cadernetas há  o calendário de vacinação, com as vacinas disponíveis para os adolescentes , entre elas a que previne contra a hepatite B e deve ser tomada em três doses. A segunda dose deve ser um mês após a primeira dose e a terceira dose seis meses após a primeira dose. Nas últimas páginas, as cadernetas,  que têm formato de bolso para facilitar a utilização e a acomodação nas bolsas e mochilas dos adolescentes, há um serviço com informações úteis, incluindo telefones e sites de serviços públicos.

Programação     
    
O “Encontro Estadual Fortalecendo  Direitos de Adolescentes: a Caderneta na Agenda Proteger e Cuidar” , que é resultado de uma série de oficinas já promovidas em diversas regiões e municípios, começará às 8h30min do dia 29. A saúde do adolescente e da adolescente será discutida em mesas redondas e painéis, com a participação de especialistas do Ministério da Saúde, da Secretaria da Saúde do Estado e das Coordenadorias Regionais de Saúde (CRES da Sesa).  A assessora técnica da área do adolescente do Ministério da Saúde, Maria da Guia de Oliveira, participará do encontro.    

Assessoria de Comunicação da Sesa
Selma Oliveira / Marcus Sá

quarta-feira, 10 de junho de 2015

Fiocruz Amazonas descobre novo vírus que afeta crianças

Camila Carvalho / Ascom Fiocruz Amazonas

A doutora em Ciências pela Universidade de São Paulo (USP) e pesquisadora do Instituto Leônidas e Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazonas), Patrícia Puccinelli Orlandi, e o pesquisador do Laboratório de Medicina da Universidade da Califórnia, em São Francisco (EUA), Tung Gia Phan, descobriram um novo tipo de vírus que causa diarreia e paralisia flácida temporária nos membros inferiores de crianças de 0 – 5 anos de idade. O vírus também pode causar encefalite e levar a morte.

A partir da análise molecular das fezes de crianças com diarreia, atendidas em prontos-socorros de Manaus, os pesquisadores encontraram, pela primeira vez no Brasil, o vírus do gênero Gemycircularvirus que causa, além da diarreia, paralisia flácida temporária nos membros inferiores. A descoberta foi publicada em um artigo, em abril deste ano, na revista Virology, disponível para acesso público.

“A paralisia nos membros inferiores, ou seja, nas pernas, não é simplesmente a fraqueza que dá após longos períodos diarreicos. É uma paralisia total, com impossibilidade de andar por até duas semanas”, disse a pesquisadora da Fiocruz Amazônia.

Segundo Patrícia Orlandi, de 2007 a 2009, pesquisadores da Fiocruz Amazonas coletaram 1,5 mil amostras de fezes de crianças, de 0 a 10 anos, com diarreia atendidas no Hospital e Pronto Socorro João Lúcio e na Policlínica da Codajás (PAM Codajás), em Manaus, para analisar quais tipos de vírus e bactérias mais acometem as crianças na capital do Estado.

O estudo recebeu aporte financeiro do governo do Estado, via Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), no âmbito do Programa de Pesquisa para o Sistema Único de Saúde (PPSUS).

“O pesquisador da Califórnia (Tung Gia Phan) viu nosso estudo e entrou em contato conosco solicitando 600 amostras para analisar com relação a novos tipos de vírus. Em cinco das 600 amostras ele encontrou o novo vírus do gênero Gemycircularvirus. Parece pouco, mas significa dizer que o vírus está circulando e que temos de melhorar o diagnóstico para que haja tratamento adequado e o quadro não se agrave”, disse Patrícia Orlandi.

Kit de diagnóstico

Diante dos resultados, Patrícia Orlandi informou que está iniciando um estudo para o desenvolvimento de um kit de diagnóstico rápido do vírus Gemycircularvirus. “Com o desenvolvimento de um kti para diagnóstico, auxiliaremos na vigilância epidemiológica de um vírus que é tão agressivo e que, até então, era desconhecido”, disse.


Patrícia Orlandi explicou que a transmissão do novo tipo de vírus é feita de forma focal/oral, ou seja, a partir do consumo de água contaminada com fezes contaminada. Atualmente, o diagnóstico só pode ser feito após a análise molecular das fezes do paciente. “Tentaremos descobrir, ainda, se o vírus está circulando na região Amazônica para diminuir a incidência de casos”, esclareceu a pesquisadora.